O mundo real não é nada fácil, nem para as pessoas, nem para as máquinas.
Mas a Inteligência Artificial busca e deve enfrentar o mundo real, começando por criar modelos que representem a verdade de alguma forma viável, seja a partir dos dados, a grande moda do momento, seja a partir de regras e algoritmos, a grande moda do passado.
Acontece que o mundo real é cada vez mais rápido, complexo e incerto.
Ou seja, o tempo real é cada vez mais real, e cada vez mais desafiador.
Apesar disso, nos prendemos aos mais diversos paradigmas para a Inteligência Artificial, como se essa fosse uma ciência exata.
São exemplos desses paradigmas a nova ciência de dados, o aprendizado de máquina, o processamento de linguagem natural, etc.
Mas a verdade é que um simples algoritmo do passado pode ser mais competitivo que anos de estudo e mineração de dados, ou ainda, de aprendizado profundo sobre bases históricas, rotuladas ou não.
E essa percepção, e consciência, ainda é do domínio humano, ou seja, das pessoas, felizmente.
Acredito que o grande paradigma a ser vencido pela Inteligência Artificial, principalmente para evoluir para uma inteligência genérica, seja o de manter abertas todas as portas do passado, mas de uma forma similar ao de seleção natural, ou seja, através da competição.
E nesse cenário, cada vez mais minha visão é de três grandes atores competindo: os programadores/analistas/arquitetos de sistemas, os cientistas de dados e as máquinas, criando seus próprios códigos.
E, após esse cenário, onde talvez se encontre o último programador, ou o último cientista de dados, ou a última máquina, me parece mais lógico que se encontre um novo profissional de alto valor e visão, e uma nova máquina de alto potencial de autonomia.
Afinal, a verdade do mundo real mesmo é apenas uma representação para tomada de decisões das mentes mais bem preparadas, sejam elas naturais, sejam elas artificiais, ou ainda, as mentes digitais, cada vez mais coletivas, e híbridas.
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Rogerio Figurelli – @ 2018-06-03